Em seu primeiro pronunciamento oficial
após ser intimada da decisão do Senado sobre a abertura do processo de
impeachment nesta quinta-feira (12), a presidente afastada Dilma Rousseff
afirmou sofrer "a dor inominável da injustiça".
Em discurso de 15 minutos à
imprensa, Dilma lembrou de sua luta contra ditadura militar (1964-85) e do
câncer contra qual lutou, em 2009, quando era ministra-chefe da Casa Civil.
"O destino sempre me
reservou muitos desafios. Muitos e grandes desafios. Alguns pareciam a mim
intransponíveis. Mas eu consegui vencê-los. Eu já sofri a dor invisível da
tortura. A dor aflitiva da doença. E, agora, eu sofro mais uma vez a dor
igualmente inominável da injustiça. O que mais dói, neste momento, é a
injustiça. O que mais dói é perceber que estou sendo vítima de uma farsa
jurídica e política. Mas não esmoreço. Olho para trás e vejo tudo que fizemos.
Olho para frente e vejo tudo que precisamos fazer."
Após a decisão de hoje do Senado,
Dilma ficará oficialmente afastada do cargo por até 180 dias. O processo na
Casa, no entanto, pode acabar antes dos seis meses. Se for considerada culpada,
ela sai do cargo definitivamente e fica inelegível por oito anos (não pode se
candidatar a nenhum cargo público). Michel Temer será o presidente até o fim de
2018. Se for inocentada, ela volta à Presidência.
Vestindo branco, Dilma declarou
em seu pronunciamento que pode ter cometido erros, mas não crime. "Não
existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente. Esta farsa
jurídica da qual estou sendo alvo, é que nunca aceitei chantagem de qualquer
natureza. Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Estou sendo julgada
por ter feito justamente tudo que a lei me autorizava fazer", disse.
noticias.uol.com.br
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